sábado, dezembro 30, 2006


Vejo,
existe uma imagem que quer saltar.

Me chama em cores mutantes de todas as linhas
que se debruçaram sobre
meu berço, meu sexo,
meu útero
e
minha mente perplexa.

Tá tudo aqui, na caixinha de costura.

Nos tempos SUBWAY FROM ANYWHERE,
sou uma naif bordadeira com linhas não costumeiras.
Só teço o devir.

No silêncio da minha caixa de costura,
mostro aos meus filhos que também são do mundo,
o colorido de tantos cantos e desencantos
nos bordados que fiz
e os convido a tecer comigo
sem temer ferir os dedos finos.

Quantas línguas tentam suturar as mentes shoppings de meus bens!


Todos,
deturpados somos

mas
com tesoura afiada,
eu os acalanto (filhos).
Aguço a cor do olhar, vitral parindo tapetes.

Calar um pouco o vulgar dos ouvidos.

Vamos bordar nossas mentes,
nossos ventres,
quero parir mantos para os dias sem cor de histórias futuras na riqueza
da caixinha de costura.




texto Maristela Trindade
pintor desconhecido

terça-feira, dezembro 26, 2006

Descalça Tereza

Descalça Tereza caminha
sem cama
cansada da guerra, cansada
da gana.


Descalça Tereza na noite
vadia
pesando sorriso, pisando
na ira.
Descalça Tereza se prega
estátua
a dor e a pedra, na lasca
da estrada

Descalça Tereza se encolhe
escolhida
cuspida no forno, rotina da
vida.

(50 graus nos calos)

Descalça Tereza não pede e não
manda,
Engorda inteira e de sonhos
se encanta
Descalça(s) Tereza(s) partiram
sem manta,
unhando a alma da pele
humana
Aonde vão tantas "Descalça(s) Tereza(s)" sem Silva,
sem Lima, sem nada,
sem nada?

quinta-feira, dezembro 21, 2006

Soco no estômago.
O amor ama alguém.

Não a mim,
mas o que já
esteve em mim.
Fertilizou-me as células com mil felicidades.
Nenhum mal e sim, mudanças
irreverssíveis.

Saudades, não!

Sensações nítidas de que
nunca
houve algo
tão salutar.
Amar.


O soco assustado é o que lembra
meus pés
caminhando sozinhos,
carregando dentro
o que é bom
de se viver a dois,
aqui e acolá,
na alma ou no mar.


Que seja muito felíz o amor
que não
é em mim,
que não sou nele
mas
que é em si,

para onde está.

segunda-feira, dezembro 18, 2006



Escolherei as melhores palavras para te fazer sorrir porque as vezes sou bomba no jardim e não quero, de jeito nenhum, que suas pétalas se espalhem a não ser com o vento!

A imagem vem de Portugal! É!





sábado, dezembro 16, 2006

É! Orai e vigiai porque o amor volta.
Ré e chega.
É inevitável,
ele sempre volta em algum rosto!

quinta-feira, dezembro 14, 2006

qualquer palavração que me leve a ação, qualquer olhar que me tire do estado de não observação, este local de dissecação de nada. prefiro os cadáveres e seus nervos, veias, e roupagem de pele aberta mostrando um mundo inanimado de realidades como um shopping center colorido, com pernas sem motivos, caminhando prá lá e prá cá. arrumar toda a bagunça de dias, anos, sempre todos os dias, desgastantemente sem sequer banho tomar. ou primeiro tomar banho para depois ficar suja limpando, limpando, limpando... a linguagem é apenas um apreço, um carinho da necessidade da alma - que alma? - enquantos as maritacas passam. que alívio ouvir as maritacas passando! eu ouvi! me chamou o canto que povoa o corpo de Manuel que observa o barro, a mata, os animais e nunca sentiu necessidade de nada mais para escrever à não ser continuar no seu templo-pantanal assim como a urbis-chacal. do lugar certo escolhido, pode-se mover os pés para qualquer direção. tudo nesse caso é companhia, é campainha, é o que será intenção e desenho. se eu continuar cega vou acabar vendo demais, mais e mais e só para dentro e tudo ficará escuro como um céu carregado de nuvens quando a água não cai. a chuva precisa molhar a terra e a terra precisa ser terra e ciclos se reciclarem e pronto. normalidade sem normas rígidas no encantamento do inesperado. é bom seguir meu próprio fluxo sem esperar tua necessidade de ouvir de mim algo que só cabe ao teu querer. eu me mereço eu, no esforço de me deixar ser. preciso encontrar um lugar para estar e ver melhor. o calor pré-natalino me faz desejar alguém, carinho, sorrisos, presentes. não me dou presentes ou me dou demais me jogando nas minhas necessidades, esquecendo tudo que é básico, trivial e responsável. mas responsável sou eu em dar conta de mim e desse fluxo desatinado. preencher o cheio com outras coisas abrindo a lata de lixo das coisas mais bem guardadas que não valem nada, nada para mim. o precioso me convém mas o que preciso é de precisão. nada de arrebatamentos como este que não me tira dessa máquina, com a sensação de que trezentas mil vozes vão me falar ao me ouvir, como se fôssem me ouvir. ninguém vai ouvir nada. esse ninguém sou eu que existo e que sou cobrada em ser alguém primordialmente eu a cobradora. me bastaria no momento a casa limpa e a tapeçaria. um certo silêncio dizendo que nada se faz necessário. nenhuma atitude eu tenho que tomar para que a vida ande, nenhuma que eu não tenha tomado. tomei atitude nenhuma, a urgência urge, as crianças existem e eu não estou embriagada nem com vinho, nem com livro nenhum nesse momento. não estou com nenhuma pena de mim. apenas não queria estar assim.
acentos demais, poderosos demais, medrosa demais mais ais ais! Ai de mim, quando a vida fica tão apertada e eu resolvo lamentar sem a porção de pragmática medéia.
Ontem foi
uma bela noite!
Hoje,
chove a chuva que virá.

Sou totalmente consciente
do meu
estado subconsciente.
Estupor que me causa esturpor,
campo livre que me aprisiona,
pedinte do olhar alheio
para ver.

Tenho a boca no lugar
dos olhos e a mente
no estanque da
roda-gigante
lá,
no alto.
Estágio estágio:




Eu espero a tua insistência parA
Que eu possa insistiR

quarta-feira, dezembro 13, 2006

Estágio Cortical



'''E'''S''Q'''U'''E'''C'''E'''R''

segunda-feira, dezembro 11, 2006

Estágio elétrico:



^^P^^E^^R^^P^^L^^E^^
^^X^^I^^D^^A^^D^^E^^




Estágio "Acadêmicos":



~~A~~R~~O~~T~~A~~R~~

domingo, dezembro 10, 2006

Estágio garganta:



´´R´´E´´G´´U´´R´´G´´I´´T´´
´´A´´Ç ´´Ã´´O´´


DOS CACOS

sexta-feira, dezembro 08, 2006

Meu músculo cardíaco ainda te ama.
Não.
Meu coração ainda te ama.
Não.
A minha mente.
Bem,
acho que meus lábios....
Não sei!
Acho que meus dedos no seu cabelo fazendo cafuné ...
O cheiro talvez?
Que parte ama, e ama, não sei!
Tá.
Tá bom.
Eu inteira.
Eu inteira meu bem.

quinta-feira, dezembro 07, 2006

Direitos Humanos....incluindo outros animais!

Que todos os animais ganhem espaço para os seus grunhidos agudos,
os seus mujidos surdos isolados no abatedouro,
todos os morcegos possam ser batman e os gatos, se posicionem do lado que quiserem.
Que os peixes ativem seus sensores e se tornem mais que sobreviventes inspiradores de belas poéticas.
Que os animais racionais se descubram bichos em ascenção e não uma decepção.
Que pensemos na vida como um palco de realizações: quem quiser estudar, estuda! Quem quiser ler, leia! Quem quiser dançar, dance!
E assim faremos a verdadeira Revolução dos Bichos!
Ratos não mais delegados à ratoeira - até porq temos asco de bichos humanos bem mais sórdidos do que essas pequenas criaturas.
É irrelevante a dor do outro que voce ignora? Pois vá e veja! Veja e narre! Narre e escreva!
Observem bem a preservação das espécies e paremos de arrogar preces acadêmicas comparando as diferentes realidades com a qualidade do vinho que bebemos.
Viva o "Sangue de Boi" ! Não mate o boi à machadadas ou de assassinatos intelectuais!
Essa terra precisa de bichos!
De Pataxós, de Guaranis, de Maxacalis, voce, eu!
Longe das chibatas diárias, a vida pode ser... bela, talvez!
Animais gentis em seus diferentes níveis de ethos. A trajetória óbvia é ser adubo.
Nada mais de curriculuns de gravata. Seja perceptivo e construa teu novo projeto no breu da intuição e grite-o para o mundo!
Estimar os povos cansados, espancados pois cicatríz é a porra!
Chega de navios traficantes de alma.
Dancemos a nossa baila!
Para onde vai esse texto?

Maristela Trindade






Este
é mais alguém tentando se equilibrar na ponta dos pés, em cima de uma pilha de livros, para olhar a vida tentando ver a si.
Depois de infinitos "tragos", despenca do prédio em cima daquela que seria seu grande amor.
Ela não morre e ele já está morto, marcando encontro com a amada supostamente morta, no puteiro da esquina prá garantir que é ele o HOMEM QUE TOMOU SUCO e sentiu-se o super-man às avessas.
Que ele não encontre a lavadeira escancarada pela frente!
Ela colocaria roupas imundas num balde para depois colá-lo com um paninho na cabeça do infelíz prá que ele carregue algo de real durante alguns anos, e não somente a própria língua. Bem, no despreparo em carregar coisas concretas, ele pode morder-se também!
O bolso dele vai furar e as avaliações estereotipadas, camuflando o prazer que ele sente pela censura chula,
vão se desmanchar nas ruas da Lapa.

Isso é um desejo carinhoso.

Tudo vale à pena quando a alma de alguém é tão pequena!
Alguém delicadamente me pergunta como estou.
Estou bem.

terça-feira, dezembro 05, 2006

Bate cabeça na parede tres vezes.
Se a sorte te acertar,
os teus,
não vão reclamar.

E eu vou me esparramar dadeira prá VIDA!
Me dou atrazada,
me dou errada,
me dou cambaleando,
mas vou.
Vou deixar minha marca e se alguém tiver dúvida,
tenho uma cicatríz na perna esquerda,
duas cesarianas muito bem feitas,
alguns dentes implantados - só na parte superior-
e um monte de tentativas de histórias de amor.
AH! Dancei! Dancei muito nos becos, nas festas, boites, sambas, escolas, academias, aniversários, eventos poéticos, anti-éticos, em casa, nas calçadas....
Só não dancei nos enterros por q aqui não é o México!
Mas se voce me avisar com antecedência e eu estiver viva,
EU DANÇO,
EU DANÇO,
EU DANÇO!
Vai dormir noite vazia
e faz da nuvem tua guia.
Eu quero pular a manhã,
quero pular o amanhã,
quero pular o muro!
Um murro,
um graffite,
uma dança-bria e as noites passam.
Só quero lembrar de esquecer!
Hoje
nenhuma cor,
nenhuma imagem,
nenhum texto,
nenhum poema,
nenhuma causa,
nenhuma calçada....

Nada me interessa à não ser...
Não.
Não é o "Ser" voce!

É Ser eu!
Quieeeeeeeeeeta no
VAZIO!
Eu nunca quis te dominar! Então por q me deixar?
Eu nunca quis te possuir! Então por q me ferir?
Eu nunca quis tirar teus vícios! Então por q inimigos?

Eu quero tirar tua roupa, montar na sua garoupa, sua bebedeira acalmar,
ouvir voce ronronar, acordar seu sentido amôrfo, lembrar-te que és vivo e
não morto, gozarmos juntos outra vez como se fosse a primeira vez.

As baleias passam
As balelas de amor também.
Palavra
Textura


Lixas roçando Unhas
ranhuras

Lábios afundando Faces
profundidades

Madeira Machadada
amputada

Piaçava roçando Chão
arranhão

Ar expirado nos Pêlos
eriçamentos

Línguas salivas Misturando
babando

Papel amassando nas Mãos
vãos


Pau em Penetração
inervação

Lágrima na tez Deslizando
evaporando


Faca silenciosa Cortando
sangrando


Texto escrito a Mão
contração

Fogo em qualquer Lugar
queimar

Ferida Aberta
cicatrizar
...


Vi abaixo dos teus olhos bolsas esbugalhadas, peso dos cacos.
Cacos da mente, cacos do corpo, cacos desamor, cacos solidão,
cacos de um intelecto hiper-tudo para o qual o imediato é mortal.

Vi as dores antigas, a morte sorrindo, todos os vícios...
Vi tanta coisa que me causou ternura. Voce está Vivo!
Sua pele insistindo em sorrir musicando sonhos, nem pensei! Fui sentir a textura de toda essa balburdia macia e branca.
Trupicamos nos desencontros.
Seu tempo tem os ponteiros da noite dos gatos, voltando dias depois já sem nome
para a casa dos teus sentidos.

Nada quis salvar, redimir, transformar... Nada trouxe que não fosse um brinde.
É assim que o mundo ganha novos toques! Mas voce...
Voce não volta mais...e eu....
eu não vou!

Ficam os olhos, os alhos, os bugalhos, teus escritos, tua vóz gutural, tuas músicas tuas críticas mordazes, as bolsas oculares me deixando ver o mundo com um pouco do teu olhar. Os cacos que te fazem voce.
O chão está cheio de cacos.

escultura de Ivens Machado

segunda-feira, dezembro 04, 2006



Foi quando tarde
é noite
e poemas pão
como o dia
nascem frescos

Na manhã,
olhos espelhados de lua
no sol que mais forte
brilha coração acelerado
pra mostrar que
o que meu é seu
quando quero dar-te amor

Sobra tempo e tanto
o desperdício
é normal
o sentimento é
talvez
e brutal.

juju hollanda


Quero pão
e o pão
vem de longe
porq
se entrega constante em lugares antes,
teu coração!
Até chegar em Botafogo,
minha original
fornalha, já me esfriou
o estômago e o
miolo malha!
Morro ou não morro de fome.
jejuo voce.


Maristela T.

domingo, dezembro 03, 2006



Estou seca sem voce.
Caminhar, ver filme, correr
Fingir: tudo é como antes. Tudo como quase foi!

Ou voce mentia
ou era covardia.

O espelho que tenho em casa só mostra a minha imagem.
A sua sumiu!
Tenho saudades de me perfumar pro teu corpo cansado.
Saudades é bom de sentir
perto,
Dentro do abraço!
Aonde estão teus
braços?