terça-feira, março 21, 2006

arranhões solaris chegam com poesia.
a tarde por ela é tragada.
a noite nela calada.
a baleia de prata insiste madrugadas no céu!
melhor cá lar.

sábado, março 18, 2006

DIAS EX

EU EX CE DO
E X
se eu excedo sim, excedo não se eu ex-mulher sim ex-mulher não
se eu exploro sim, ex ploro não se eu expurgo sim, ex purgo não
se eu expiro sim, ex piro não se eu expulso sim, ex pulso não
se eu extraio sim, ex traio não se eu extremo sim, ex tremo não
se eu excito sim, ex cito não

...e eu excito ..e eu extremo .e eu extraio e eu expulso eu expiro u expurgo
xploro mulher e do

EX POLIO

ExagÊro expulsar extravagantemente,
exinconveniente, expondo-me expoliada.

Excedi-me? Extremado! Exibo-me, externando exato experimento.
Extirpar-te?!
Examine: exponencial exagerar.
Exercite extrapolar expressões.

Existo exígua Extereótipo extinta Extridentemente explodo
Exerço-me exalar Ex tudo!
Extudoquehá!

sexta-feira, março 17, 2006

R E I N Í C I O
A
B
I N I C I O
S I L Ê N C I O
C i c a t r í z
O N T E M u c h T O O M u c h f o r m e

O

R I T O V O L Ú V E L
I N E V I T Á V E L
S I M P L I S M E N T E M E N T E M E N T E M E N T I R A S
C O N T I N U A R A V I V E R
O N D E D Á

quinta-feira, março 16, 2006

Conheci um cavalo que falava demais.
Coisas de mortevida e tudo mais.

Com ele caminhei horto circundando
mata negra e cheiros fanfarrados, mirando...

O cavalo tinha alma;Alma de homem quer
Esbarrou sua crina Em meus codinomes... Todos!

A alma no cavalo e o cavalo em mim,
repousou seu prazer e me deixou assim...

Guardo e exalo na pele-carcaça
a potência do animal corpo assimilada.

Eu te dou TU
Tu me deu EU
TU me dou TU
EU me dei EU

quarta-feira, março 08, 2006

Cinema Cicatríz

Eu não consigo entender! Sinceramente, eu não consigo entender como alguém pode não gostar
das suas próprias cicatrízes!
Eu adoro todas as minhas cicatrízes! Cada uma mais bonita que a outra. Tem umas pequenininhas, adquiridas em vários episódios diferentes!
Se não fossem elas, quem seria eu? Uma mulher de pele lisa, porcelana chinesa?
Ao contrário!
Prefiro ser uma nativa tatuada, uma Egípcia pintada, uma Africana bordada!!!
Sou uma mulher de marcas, cheia de vida!

Não entendo pra que se esconder tanto!
A cada cicatríz, uma nova história.
A maior delas eu tenho que contar.
Inesquecível: o dia em que o João Roberto me agarrou pelos cabelos,
me levou para o quarto,
me jogou contra a parede e depois de tomar o último gole de whisky,
quebrou a garrafa na minha cabeçaaaa!!!
Foi MARAVILHOSOOOOOOO!!
Eu ali, vendo o sangue vermelhão misturado com o cheiro do whisky.
A bebida descendo pelos meus cabelos...

Cravei meus olhos e fiquei ali paradona, feito morta,
só admirando a cena QUE ERA COMIGO!
É isso aí, minha amiga!
Morra de inveja!
AQUILO TUDO ERA COMIGO! Não era filme não!

E lá fui eu.
João Roberto começou a chorar arrependido me pegando no colo.
As paredes giravam como se eu estivesse num zoommmmmmmm!
Os olhares eram câmeras e eu brilhava, me deliciava como a atríz principal.
Claro que o equipamento da história - João Roberto - não era lá de primeira mas aquilo tudo era um filme de primeira!
John me levou prá "cura - tudo" que mora lá perto de casa; a Clotilde.
Costura que é uma beleza! O corte fica bonito. Faz um desenho assim, que não afeta em nada os penteados! Dá até um caimento diferente, exótico.
No dia seguinte, o João Roberto veio me ver. Um anjo! Queria casar comigo e tudo!
Mas, duas vezes com o mesmo homem, nunca minha amiga!
Por que aí já é vício e viciada eu não sou! Nem viciada, nem casada...Sou toda certa!
Falei pra ele sumir senão daquela vez eu chamava a polícia.
Ele ficou arrasado. Saiu chorando e ainda me mandou flores umas quatro semanas. É sério!
Tá vendo?
Quem seríamos nós sem as nossas marcas,
nossas cicatrízes?
Ame suas cicatrízes! Sem elas você não existe!
Mas tudo bem.
Se a pessoa não assume, tem mil jeitinhos? Um pozinho de arroz, um blush e vai... dá um jeitinho!
Mas não deixe de amar suas cicarízes, não!
Elas são a sua história!
Pode acreditar!

terça-feira, março 07, 2006

Novas máscaras

Máscaras

Me desculpem mas, é preciso de mais silêncio.
Nada além de nós nesse lugar,
já é mais do que o suficiente.
Já se foram tantas!
Uma máscara de cada vez e já é muito.
Um tempo para o movimento que transforma
o passado em um segundo,
dando a mão para futuro: tudo agora é presente.
É preciso uma adaptação para o que vem surgindo de mim como a minha nova cara.
Arranco a máscara mas,
sem relógio.
Um metrônomo seria o ideal.
O tempo rítmico, limpo, marcado com
alterações que posso oscilar.
Bem melhor do que o tempo estipulado no
tic-tac das programações tele-alteradas.

Tudo pronto: os sentidos, máquina de inteligência.
Todos acionados.
Silêncio. Ouçam a dor!
Cada fibra muscular se contrái e estira em partes diferentes do meu corpo.
É claro que posso vomitar.
Mas desmoralizo os conceitos dessa dor .
INSISTO.
Já são duas de mim nesse momento.
Que venha a outra pois, o tempo dessas
já passou.
Eu, "mulher coisa", vou!

segunda-feira, março 06, 2006

Maria Sem Vergonha

Maria Sem Vergonha

Tá todo mundo puto com a Maria Sem Vergonha
que não trabalha,
não sustenta,
não se aguenta,
mas nem parece!

Tá todo mundo puto com a Maria Sem Vergonha
que toma bola de maluco,
cheia de vozes na cabeça,
atiçando o corpo, adiando o gozo,
mas nem parece!

Tá todo mundo com a Maria Sem Vergonha
que quer ser ela,
ela mesma
e paga o preço com bom disfarce.
Disafarce de gente que ri,
que não tem monstro dentro de si
e o remedinho fazendo efeito,
dá o contorno perfeito.
Mas nem parece!

Tá todo mundo puto com a Maria Sem Vergonha
que virou malandra sem pegar no taco,
sem rezar na Lapa,
sem dizer o que pensa.
Que pegou fama e deitou na cama.
Que leva a morte na calcinha
quiném bagulho prá
não dar pinta.

Maria Sem Vergonha tem medo de gente,
enterra os mortos,
cai no drama e se acaba no samba!

Maria Sem Vergonha,
é tão sem vergonha que nem parece!

Matchoclaustrofóbico

Meus peitinhos arqueológicos,
já foram fábrica de leite e agora
guardam enfeites para bocas sorridentes.
Mas tem homens de 60 à 30 que como nos filmes,
são espadas samurais: justos e atraentes;
sedures como a gente.
Livro místico sem palavras
e a mulher se enfeita....

Mas a sessão dura dois meses, duas horas,
em geral. Doze minutos, sendo um curta,
e o herói sai correndo com a mão na frente,
apertando a bunda,
com medo de se fuder na ternura contínua.
Esses homens estão na moda.
Estão na Lapa, em Ipanema.
Cantam, dançam, sapateiam e
acordam ao lado da moça com
claustrofobia: - Eu quero mamãe!
É uma pena pois, são muitos!

São muitas as moças também que procuram o herói
vestido de gay.
Gay é gay e não os troco por ninguém.
Mas prá esses matchos que eu não entendo,
mando carinhos musicais pelo celular, internet...
Chamo por ele com voz de Lilith sem intenções precisas
pois, o que importa é perpetuar a lida
da memória, das sensações, das amizades fluidas.

Viva os desmemoriados de traumas,
engolidores de fogo,
pipoqueiros sorridentes.
Tomar um vinho devagar e
beijos,
lentamente!
Namorar é bom demais!

PERDÃO, NÃO

NÃO PEÇO PERDÃO
por ser um capeta de saias,
por me saber livre já que nasci,
por mentir para mim.
NÃO PEÇO PERDÃO
por não precisar de donos,
pais
ou freiras fetichistas.
NÃO PEÇO PERDÃO
pelos uniformes escolares que queimei,
pelas cursos que abandonei ou
pelo rumo incerto que tomei.
NÃO PEÇO PERDÃO
pelos corpos que não lembro,
pelas falas mal-ditas,
por todos os descuidos de uma vida.
NÃO PEÇO PERDÃO
por nenhum de nós,
por desejar existir o que sou.

Em nome das pancadas,
Dos batuques
e dos beijos roubados;
AMÉM

sexta-feira, março 03, 2006

Meninos,não vi!
Juro que não vi nesses dias de momo,
as tenebrosas visões de dois anos atrás quando
andava em ipanema e aquele homem enorme,
branco, largo, se degladiava contra a quina
de uma parede de rua.
Ele não mijava como qualquer cervejeiro,
gringo ou brasileiro fedendo e molhando os pés da gente (ai q bom seriam os banheiros descentes!Prá mulher é foda.)
Meninos, eu vi!
Naquele dia infernal,
aquele gigante desgraçado comprimia contra a perade
duas magras perninhas negras,
com a altura da cabeça proporcional aos quadris do branquelo.
Provavelmente uma propina safada e a fome daquela criança
com oito médios anos de estrada ralada,
pagando um boquete,
satisfazendo a pedofilia liberada e
vendida nesse país de festas.

Meninos, não vi!
Esse ano não vi meus nervos pularem,
meus gritos saltarem como naquele dia,
à não ser para reverencia o velhos Barbas,
a loucura da seguda na Cobal,
o êxtase do Bangalamunga do mestre Chacal,
com direito a honra de ver seus olhos brilhando de alegria!
Vi a Gávea festejando como em 1940.
Vivi rítmos da Charanga 3D,
fazendo a noite derreter!

Mas não vi,
não quero ver o que sei que rola e é de fuder.
Meninos, eu juro; não calo mais com tantos injúrios.
Todos voces vão saber até que muitos possam fazer,
o mesmo que meus admirados da poesia, prosa,
crônica, arte ou porrada...fazem: viver por fazer,
viver numa terra que vê e não permite a nojeira,
deixando despatriada a terra
Carnaval, aval, potencial...

Meninos, não vi!
Mas se verem,
Passa a charanga neles.
Atitude é um puta quitute!
AXÉ!

quarta-feira, março 01, 2006

CARNE'AVAL 2006

Me aproximei da tua gira e
no carne'aval
dei de tudo.
O cheiro; por mais de dois dias!
Tudo sempre exagerado.
Voce é entrão prá cacête!

Mas me lembro pouco à pouco,
antes de tudo e depois
de eleita a rainha do estandarte
e parceira das garrafas,
que voce,
seu louco,
ousou me falar dos desejos dos quais
todos calamos.
Todos que como nós,
vivem com o nó na garganta.

Eu chegando e,
voce me avisando que está louco para ir.
Louco para abandonar qualquer
navegação,
precisão.
Viver não é preciso?
Barco à deriva. Quem não sabe disso?

Mas voce,
anfitrião das casas destelhadas,
das gentes bombardeadas pelo
tamanho dos corações e palavras,
me fala assim; sem pudor nenhum?

Sabe lá daonde eu venho?
Me chama prá interlocutar e vai
enlouquecer no dia seguinte na barra
da serpentina!
Morrer com aviso prévio de comemoração
só toca o outro, né?

Só agora me dou conta do quanto sou Rainha Puta!
Do quanto é sacanagem sentir tua ira
se largar na alegria
no mesmo vento que me comoveu.
Pois vou ficar e vou te falar
que isso é sacanagem; é mentira!
É dor de poeta que conhece a rima
e a merda do coração de
uma estúpida mulher.

Te amo,
sua alma já sabe.
Mas antes que me esqueça,
vai prá puta-que-o-pariu!

Modernistas

Aos modernistas estudados,agradecemos o percalço
de tentar salvar os peixes.
Peixes que comeram os peixes,
que comeram os peixes que
agora somos.
Mário de Andrade, Oswald de Andrade, Tarsila do Amaral!
O vasto mar viu-se obrigado a trazer novos peixes!
Nos tornamos coloridos, variados!
Alimentados por ventos, raízes e chibatas sangrentas.
Filhos de olhos azuis na pele nêgra!
Cabelos lisos na tez avermelhada, clareada no
neto lusobrasileiro!
Somos quem somos.
Um não ser,
mas que é peixe!
Peixe mestiço!

Muitos morreram, mas olhe lá:
Um novo peixe!
Este canta e batuca!!
Passa mulata,
passa nordestino,
passa o negro, o cafuzo...
Um índio!

Ah! meu ouvido bom!
Das pequenas casas,
ouço sons disfarçados.
O que na frente é sambão,
atrás é pleno chorinho!
AH! Ciatas danadas que até
música fizeram nessas
casas proibidas de viver!
E que na música e na dança se criaram,
todos sem vergonha!!!

A Nau Imperial insistiu em
estabelecer as fronteiras nessa terra..
Desejavam a "limpeza da raça".
Loucos! Somos mestiços!
Não adianta mais, caolhos algozes,
importar comportamentos albinos,
raças limpas...
Brasileiro/Misturadeiro.
Se agitem pandeiros!
Que tal de "Belle époque' é essa que
derrubou cortiços,
morros, abrigo de onças,
sabiás, jaguatiricas e gente!

Que nunca brincou de peteca e
mamulengo, que nunca comeu
pipoca, paçoca, cocada e maniçoba...
Que nunca viu saci, curupira,
Iara e Janaína?!
Pois no Brasil,
tem cafuné na cabeça prá dengo de neném!
Tem samba animando o caboclo.
Tem Iaracema em Ipanema!
Tupy or not Tupy:
Isn´t the question!!!