quarta-feira, março 01, 2006

CARNE'AVAL 2006

Me aproximei da tua gira e
no carne'aval
dei de tudo.
O cheiro; por mais de dois dias!
Tudo sempre exagerado.
Voce é entrão prá cacête!

Mas me lembro pouco à pouco,
antes de tudo e depois
de eleita a rainha do estandarte
e parceira das garrafas,
que voce,
seu louco,
ousou me falar dos desejos dos quais
todos calamos.
Todos que como nós,
vivem com o nó na garganta.

Eu chegando e,
voce me avisando que está louco para ir.
Louco para abandonar qualquer
navegação,
precisão.
Viver não é preciso?
Barco à deriva. Quem não sabe disso?

Mas voce,
anfitrião das casas destelhadas,
das gentes bombardeadas pelo
tamanho dos corações e palavras,
me fala assim; sem pudor nenhum?

Sabe lá daonde eu venho?
Me chama prá interlocutar e vai
enlouquecer no dia seguinte na barra
da serpentina!
Morrer com aviso prévio de comemoração
só toca o outro, né?

Só agora me dou conta do quanto sou Rainha Puta!
Do quanto é sacanagem sentir tua ira
se largar na alegria
no mesmo vento que me comoveu.
Pois vou ficar e vou te falar
que isso é sacanagem; é mentira!
É dor de poeta que conhece a rima
e a merda do coração de
uma estúpida mulher.

Te amo,
sua alma já sabe.
Mas antes que me esqueça,
vai prá puta-que-o-pariu!