domingo, abril 30, 2006

Anjos, acordem!
Parem de voar alegremente só porque não sentem e à ela dêem as mãos.

Ela está Maio desesperada Maio apaixonada como se fosse carnaval.
Deixou o coração no caminho batendo sozinho na terra poeira!

Anjos, me ouçam discretos, seu sexo sutura mentirapaixão. A alma deixou no banheiro
sem pasta de dente ou toalha de mão.

Leva na bolsa a loucura se contorce flutua rasgou coração!

Anjos,acordem
que ela está linda largada felina sangrando ilusão!

Ela! Ela tem uma
asa quebrada

quinta-feira, abril 27, 2006

as finas agulha dos saltos pretos encharcam
apertando os dedos teimosos que
na chuva querem andar.
Discreta marcha na tempestade... Tchá... tchá... tchá...
um pé na frente do outro desequilibrando o guarda-chuva dos quadris,
noite rebolando.
Bonita! Doído baton já anoitado!
Vinho pára, vinho pede. Não se perde mas flutua com a cabeça alinhada na lua.
Figura!
Segura!
Não cai!
Tem um Q de jazz, de stones, de batuque...
Coração de uva bate mais forte!
Hj os anjos a levam para dançar, essa perdida! Querem orar! OXALÁ!
Para na porta conhecida das corujas e dos saxofones!
- “Cadê a cuíca?” Ela sempre pergunta!
Vai tirar anônimos para dançar, beijos roubar, amar desconhecidos e pronto.
Filme repetido.
Porém as surpresas são previsíveis. É previsível que hajam supresas.

quarta-feira, abril 26, 2006

Matei tres essa noite.
O quarto, me passou
a adaga já que ele,
em nada me interessava.
Eu não sabia que seria tão boa
sangrando espelhos

terça-feira, abril 18, 2006

flutuandoletrasssss

entrei no quarto
voavam feito vagalumes
palavras por todo o
escuro
sem se deixarem reter
sem sentenças ser
Casa do homem
Quarto do homem
Mundo do homem
Palavras
seus anjos de guarda

domingo, abril 09, 2006

inacabado, sempre

inacabado, sempre

Descordenados arrepios, ardores tiradas das cordas de som que sou.
Não sei falar mas, entrei para o mobral-obral-extinto. Planejamento de massificação do beAbá.
Credo! A rádio relógio me acompanha e aprendo que "A Galeria Silvestre Ilumina o meu lar". tam, tam, tam...ouço pela primeira vêz no velho rádio de minha mãe, sob a luz azul do abajur e a insônia precoce, o Expresso 222 "...da central do Brasil que parte direto de Bom Sucesso, prá depois do ano 2000". Cadê os Jetsons? Ainda tem tigre debaixo da cama?
Espio pela fresta da madrugada, o cuba-libre de meus pais e do tio comunista. A morte ronda a vida. Girem baianas! Ipanema efervecente, feira-hippie e eu descente. Menina que tudo vê. D. Geralda vai me proteger. Mãe de Santo de toda família:
- Maristé, vem cá minha filha!
E lava a roupa da minha casa quem prá mim é rainha. Morre de tétano. Vai tomar no cú, pedaço de prego. A avó rezadeira acalma meus instintos adoentados, a outra pataxó de cara feia...Não me elegeu a neta preferida. Sou tão boa aos olhos das freiras! Tiro excelente no boletim de comportamento. Só depois me dou conta de rasgar o documento e cantar com os MENINOS de DEUS a “Oração de São Francisco”:
- “Senhor fazei de mim um instrumento de tua paz...” Lindo esse Jesus!
Meninos de Deus jogando bola com os Novos Baianos e meu pai adorando os Novos Baianos. Também nasceu com a "Zuleika" na alma. Raul Seixas, Pixinguinha, Jonny Mathys, Martinho da Vila, boleros...Me bastava ser "uma nota de mil de compassos" e não me importar com os homens vendo as meninas, enquanto vou dançando!!!!!!!!!!!
”Um samba para o infinito”
O exorcista, não! Só mais velha que eu tenho um medo que me "pélo" mas, acompanho minhas amigas para cheirar benzina nos banheiros das festinhas. Fico numa boa sem a pôrra no meu naríz. Periferia é lei. Toda errada! Agora, tô na frente da orquestra de trens. Me atropelem, passem por cima, que eu ainda tenho esse arranhão e é sensação de longo prazo. Imagina se o passar de um trem vai durar tanto tempo no meu espaço?!
Dáqui à pouco, CHACRINHA!!!!! Quando crescer,vou ser índia Potira.
.... seguindo viagem...

sábado, abril 01, 2006

hey joe

Todo mundo me quer de mim/te quer prá si/nos quer prá nada!
Vício escrôto de consumo dessa gente malfadada.
Por inteiro, querem a carne, a mente, a disposição
sem uso possível da minh'alma de feijão.
Engolem os nativos,naiffs enclausurados
na beleza de um quadro Di Cavalcanti, estatelado.
Querem por q querem querer! Poderosos com palavras, nossos projetos viram processos.

O negócio é comer nossas almas alteradas? E nós, comendo as jaulas imaginárias?
Somos uma espécie de dinossauros cibernéticos, modelos falhos do milênio?
Pois, numa antropofagia indecente,retornaremos à arruda com os dentes!
Me réze minha avó! Me benza minha mãe!
Ou viro lesma de vez ou arranjo patrocínio para nossas loucuras @2006!
Vou queimar teu escritório e te comer depois!
Hey Joe!!!! Fala allllltooooooo!