quinta-feira, novembro 30, 2006

Cuonta cosas!
Cuontas.
Cuonta cosas

para mim
hoje,

em bolada com
a vida
em
bolada com
a poesia
com

a performance com
os excessos
com
as faltas
com
as presenças
com
as
ausências com
os silêncios
com
as falas-alças odes

de amor
com
meu olho torto
com
.... sei lá
O que? mais
queria um pouco de
paz
cinema trabalho livro limpeza boa comida
dinheiro da qualidade de
bons
livros bom perfume
cds
necessários sapatos um

trato a + mas ....
"...tá tudo solto por aqui!
tá tudo assim

tá tudo assim!
Quem vai querer comprar bananas?
Momentos só

Momentos drama
O corpo é natural da cama
Vou caminhar um pouco

mais atrás da lua..."
na rua
em mim
Me cuonta
cosas!


para JUJU

quinta-feira, novembro 23, 2006




Hoje eu vou escrever muitas palavras de amor...
pandeiro, cuíca, trompete, tons graves, lágrimas entregues,
canto, dança, queijos, vinho, chocolate, amigos, literatura, cinema,
roupa leve, paisagens, poesias, artes-plásticas...
Coisas boas que façam eu perder a sensação de perda
e reencontre o sorriso daquilo que um dia encontrei.
hoje, vou curar o amor.

O COTOVELO É A PARTE MAIS IMPORTANTE DO CÉREBRO


O COTOVELO
É A PARTE MAIS IMPORTANTE
DO CÉREBRO!




O COTOVELO É A PARTE MAIS IMPORTANTE DO CÉREBRO!!!!!!!!!



"...por causa de voce bate em meu peito
baixinho é quase calado

Um coração apaixonado por voce ...
que não sabe quem eu sou


....que não conhece o meu amor

Pois voce passa e não me olha
mas eu olho prá voce

Voce não me diz nada
mas eu digo prá voce
Voce por mim não chora
mas eu choro por voce

Voce por mim não chora
mas eu...
voce"


letra de Jorge Ben Jor


OGÃ, TOCA PRÁ OGÚM!
OGÃ TOCA PRÁ OGÚM........

COTOVELO




A ponta do cotovelo sustentava os
dois ponteiros do relógio.
Nada de o tempo parar naquele sempre...
Dia um, dia dois...
No terceiro, o relógio poderia mudar o rítmo
mas,
o cotovelo começou a doer.
Doer muito!
O relógio ralentou ainda mais o compasso.
Meus músculos se comprimindo para sustentar o cotovelo doído.
Ai! Como incomoda a ponta do cotovelo pendente no centro do tempo.
Dói muito!
Dor de cotovelo dói demais!
É tão expansiva que interrompe sinapses entre a razão e a emoção,
aperta como ponta de talheres o tecido do coração,
faz o fígado encolher
e o estômago chorar.

Os pés viram bigornas e os olhos,
os olhos cegam sem ar!

Os cotovelos,

quase autônomos se atraem por situações de risco,
cheiros específicos.
Ambos se afetam: cotovelo e relógio.
O mundo pára nesses casos e a dor...
Dor de cotovelo dói muito!
Dor de cotovelo dói demais!

quarta-feira, novembro 22, 2006

Pente


Ontem.

A serpente
me penteia

terça-feira, novembro 21, 2006

Amor em...


Vou ouvir música de amor em hebráico
para nada entender
de palavras,
só de amor!

peso




Hoje

peso
cabeça
perde.

noite



Hoje

pena,
a noite
cansa!

Rodas



Que frio é o freio
do carinho desfeito.

Defeito da gente que não sabe
guiar
um carro-de-boi!

O amor as rodas criou,
com movimento

de velocidade imprevista,
às vezes andando de ré.

Pé no chão de barro,
o frio entrando descalço,
puxando as rodas
do carro
atolado,

e o amor ficando aos pedaços
por q a gente não sabe guiar
o carro-de-boi.

Leve Ana


Tão leve Ana,
que levianamente
abraçou todo carinho,
que levianamente
amacia a face branca e áspera do outro.
Lábios de ternura!

Tão leve Ana,
que levianamente sente a ausência da saudade saciada,
que levianamente levanta do asfalto escorregadio
e anda!


Tão leve Ana,
que levianamente segue a própria sorte seja a caminho da vida
ou a caminho do corte,
pois aprendeu unguentos de cicatrizar!

Mas, Ana!
Deixe Ana!

Não leve sua leveza para lugar algum.
Na sua ingênua leviandade ela ainda
guarda ensejos de amor
de uma pureza,
leve Ana,
incomum!



# Chet, toque alguma coisa para Ana, please!


foto: Chet Baker
Fot. não identificado
Texto: Maris...T.



domingo, novembro 19, 2006

músicaaaaaaaaaa

"...olha a voz que me resta,
olha a veia que salta,
olha a gota que falta pro
desfecho da festa
...."

A música nos escritos.
As flores importam ao meu redor
e mesmo ainda falando demais,
pisando pregos e mantendo
uma
certa tendência a tudo abandonar,

reencontro pureza nas minhas tensões.

Tudo expus.
Mostrei
minhas dores, recalques,
confusões em praça pública.
Fui vulgar pela lucidez de desejar o chão.
Já bebi todas e desmemoriei
sem encontrar os fatos.

Agora volto a querer
acompanhar minha boemia, meus
deslizes
sem me engolir.

Me dou chances de não cultivar
ausências.

Alguém tem me ensinado
a perder também.

Aprender a perder é a maior das delicadezas.

terça-feira, novembro 14, 2006

confusões em teia



Voce,
que se dane com o medo da viadagem alheia,

da puta juvenil rasgando a meia,

do senhor de idade arrogando sapiência
e da jovem senhora se achando feia.

Eu
que me dane prá suposta falta
de conduta,
prá poesia se ela me colocar em dúvida.
Que se dane os do palco se me acharem tímida e os enrustidos se me acharem fingida.

A poeira voa sem asas!

Voce,
não me exploda com seus critérios estupefados
quando
assalto a floricultura e te cubro com
pétalas nada fúnebres,
nada apaixonadas.
Apenas pétalas que os teus conceitos não são
mais capázes de apreciar sem medo.
Devolve então meu nome da tua boca
antes que eu comece a acreditar que todas
as flores são de plástico.




foto de João Saboya
dedicado aos que gosto mas que precisam relaxar

segunda-feira, novembro 13, 2006

Flores.......roubadas





Não jogue tantos cravos no caixão vazio.
Roube margaridas, flores de rua e dê para ele ou ela sem nada esperar. Voce tem tempo. Tempo para ousar!



Para Juliana Hollanda

Animais



A menina viu o camundongo e gritou. Subiu na cadeira, até que o pegassem.
A menina sentiu o tigre debaixo da cama.
Ninguém pegou o tigre e ele não fugiu.
Sussurrou seu
nome todos os dias do ano. A menina, assustada, não cresceu.
O homem roeu suas roupas, roeu sua pele e
seu estômago aqueceu.
A menina atrofiou a razão que tinha
e, leva consigo
os cabelos brancos ainda
longos,
a cólica da primeira menstruação
e
um medo enorme de não ser real.


Maristela Trindade

domingo, novembro 12, 2006

Num bar da São Clemente


Ele sentado no balcão do bar,
sente o cheiro da rima do adentro da calcinha dela.
Ela,
rima de pudor, guarda na pequena sainha as histórias que estão por vir.
Bela!
Prá ela muito já se escreveu do ponto do ônibus até a escola.
Ele não desiste e segue seu cheiro - quando o ônibus é o mesmo, é claro!
Guarda as "Mortalhas da luxúria" de bicho novo e vivido e se faz bonito, tranquilo no olhar - o homem vai atacar!
Ele é bonito. Ela também.
Ele é poeta. Ela é motivo.
Ela,
um pequeno milho de pipoca ainda fora da panela que ele transformará em suculento jantar para dois.
Ela,
passará do amarelo ao branco explodido, com face e cabelos disformes estourando de prazer enquanto ele
come seu prato preferido.
Surpreza é bom em qualquer lugar, principalmente perto do fogo.
Amanhã, de novo não.
Ela vai passar ao longe e procurá-lo e ele estará num outro compromisso obceno, sem a sainha da menina por perto.
Essa Rua São Clemente, tem lá os mistérios da gente.
É cheia de bares para olhar os olhares que vem dos outros bares.
E a vida vai ganhando excitante distorção nas garrafas de cerveja que espelha os espiões.
Bons momentos para ataques diurnos!

Para "Registrado", com toda sua tranquila vontade de viver intensamente cerveja.




sábado, novembro 11, 2006

Mirra Maria!




Mirra Maria,
me procurei por essa vida inteira

e um canal,
do mar mais largo
eu encontrei.
Seguir e não voltar.
Mirra Maria,
o cheiro das salinas que o
incenso ardeu!
O fogo queimando nas
águas nada apagou!
Está por lá a minha casa esquecida,
o meu lar de espuma e jacaré,
os peixes parceiros da feminilidade.
Trovões, raios, nuvens rarefeitas,
sol e lua!
Todos os elementos além dos escondidos
nas profundezas endurecidas do mar.
Tem tudo lá!
Mirra Maria,
É seguir o destinado e não voltar.

Maristela T.


terça-feira, novembro 07, 2006

Moderato Cantabile

Eu não me sinto bem sem o
meu Moderato Cantabile

Eu não me sinto eu sem o
meu Moderatto Cantabile

Eu me sinto sem corpo sem
as árias de cifradas
palavras
Eu não me sinto a vontade
para dividir

ou para somar com
tanta sobra assim.

Sobra LÁ,
Sobra SI...
Contra-tempo
musicais no
Código de oitavas com

lâminas de acesso
dodecafònicas
- uma errata
em MI.


segunda-feira, novembro 06, 2006

Amarela encardida LUA!


Lavei algumas letras com
sabão de côco.
Algumas sílabas, só a
sanitária
removia o ranço.

Tudo me incomodava
na composição,
quando
olhei para fora e
lá estava ela; amarelada
tal qual as meias das
crianças,

as letras, as janelas...
Brilhava sem prata
e inteira, ignorando as
dificuldades caseiras.
Eu me empenho em
impar,

ela Lua, brilha!
Lua no céu casa palavras
no balde em que lavo..

Lua poema amarelada encardida,
que me descansa os
calos sem
rima.

Maristela Trindade
com pitacos preciosos de florencio thiago