segunda-feira, maio 29, 2006

a lisonja do olhar

agradeço tal lisonja de ter seus olhos
observando de soslaio as leves
cicatrízes que constroem meus sons feitos
de todos os tipos de humores. a dor sorri os prazeres,
os prazeres se regozijam com a dor. é belo ter por
perto olhares tão singelos. não me furto em dizer.
Fazem-me renascer para onde nem sei!

Da cor do céu

O melhor que tenho hoje é o que eu trago de pior:
Escroto,
uma mente suja.
Isso é mais digno do que as dores dessa história. Bem mais digno
Sou um fungo,
um fungo que tem amor por si mesmo e que se sabe capaz de coisas horrorosas!
Por amor a você,
transformei o osso em ouro.
Outros não se entregaram tanto, mantendo-se vivos no amor que é
nenhum.
Essa é a minha natureza. Cheiro puro de carne crua perturbada pela vida!
Ah, a sujeira do céu azul!
Se eu fosse melhor do que a sujeira do céu azul, seria Deus. Deus não se sente agredido com a sujeira do céu azul. Eu Sou a sujeira do céu azul!
Evoluo meus movimentos, neste mundo que não inventei.
Eu quero amor. Deus não precisa de amor. Amor é comida.
É preciso matar a fome do alimento negado.
Comida há!
Achar e negar o OSSO encarnecido que brilha como OURO.
A fome provisória fortalece o animal. Você, meu suculento alimento de nãos.
Lesma gosmenta, barro lodoso, fungo. Prefiro a verdade do corpo errado.
Ouro de osso
Mordo a carne do amor passado e brindo ao drama:
mundo fungo dos mortais.

domingo, maio 21, 2006

A sensação daquele olho beijando meu rosto,
porosssssssss
A batida daquele coração habituado à velocidade
gerando calor por mim
como se eu fôsse uma noite batida,
um gole de absinto
no ar!
Alma beat beat beat...
Saiu do livro e veio apontar caminhos
de perdas
para eu me encontrar
Me Riscou inteira com arranhões de delicado
sangue!
Ainda bem! Tô marcada!
Eu táva muito balada!
Um tempo até a próxima
atração pular dos papéis mundanos!
Minhas mulheres Ferlinghetti,
mulheres

segunda-feira, maio 08, 2006

Não adianta que eu não vou enfiar nenhuma calcinha apertada na minha bunda, nem ataduras de gaze ou sapatinhos de lã.

De muitos poetas amados meus
muitos tem desejo de morte
Alguns vão negar,
outros vão calar,
e uns se matar.

Lhes apertam ainda os sapatinhos de lã colocados como destino nos pés recém-nascidos.
Aquele troço quente que fervia nossas mentes nos primeiros dias de gestação.
Calcinhas enfiadas, grifes decoradas, super fálicos-carros...
Assim seria a repetição
Porém os olhos desses nossos, vêem cores diferentes.
Vêem sementes no chão.
Percebem ética em deturpada estética.
Ninguém nota! Coloca logo na escola?!
Talvez alguém perceba!
E tem que ser o que basta para ficar descalça.
Então eu afirmo que não vou enfiar nenhuma calcinha apertada na minha bunda entre outras ataduras, seguindo o destino cristão! Sai dáqui paizão!
Prefiro descosturar sapatinhos de lã há muito apertados.
Sem sapatos e sem calcinhas enfiadas,
o poeta vive de se
despir.
E voce? Tem uma poema, aí?
Calcinha enfiada na minha bunda, NÃO!