quinta-feira, julho 27, 2006

UTOPIA

UTOPIA
Sou uma vaca fuzileira atirando em cheio nos que matam por estrabismos de fé,
porque cegos são.
Vou encher meus seios-leite-cabra-farta e alimetar famintos, loucos, sãos e quando houver tempo
vou contruir palavras de leite.
Vou esticar os meus braços de elástico e arrancar a morte dos narízes dos meus meninos-velhos-destruídos, lá no alto do morro céu.
Crianças, apenas crianças, apenas crianças...
Dizimar a homicídio de crianças, elefantes e ínfimos animaizinhos.
Vou fazer o que não sei!
Vou me aproximar de voce, subir no seu corpo e lá em cima gritar bem alto para os condenados-hospitalares-souza aguiares: vamos dançar, cantar poetizar...porque a vida é a morte, é a vida, é a morte..e eu não quero ver suas dores entregues as macas frias antibióticas.
Comemoraremos tudo mas não como boçais e sim, como guerrilheiros em dias assim!
A vida não tem sentido.
A vida sente e é sentida!
Vou juntar artigos, substantivos, verbos de ligação.
Conjugarei utopias.
Carrego uma a uma as utopias nas minhas mãos.
Vaca guerreira, fuzileira, guerrilhando sonhos!
Tô com a vida na minha mira!
Tô com a utopia nas minhas mãos!
Tô com a vida minha mira!
Tô com a utopia nas minhas mãos!
VACA!

quarta-feira, julho 19, 2006

A dor dói...

A dor...dói
A dor dói prá caralho, nêgo!
A dor dói e só faz planos de doer mais,
até anestisiar-se ferida.
De colorido vivo, latejando diante da perplexidade destino, ela abre os tecidos da alma.
E a vida segue em frente, muito naturalmente, indiferente a essa úlcera que é única, com certeza de ser cicatríz em algum lugar pele ou lembrança.
Tanta dor, tão forte, específica.
Será a dor tão naturalmente atraente a ponto de o prazer estar por ela mais do que acostumado, viciado, apaixonado..interrg

NUMA NOITE QUALQUER

Calcei a pedra, vesti a corda, coloquei o chumbinho no bolso, abotoei as navalhas, prendi em cada fio de cabelo os afiados arames, burrifei stricnina e passei formol nos lábios.
Naquele dia eu precisava relaxar!
Saí e cuspi no par de saltos finos que sempre vomitam o jantar anoréxico no saco plástico do hommo sapiens faminto. Imediatamente o filet ficou rôxo suculento.
Dei mais uma volta e olhei para o bueiro, acenando para baratas, ratos e largatixas devoradoras de insetos.: -Volto já amigos!
Não podia parar nesse momento. Caminhei um pouco mais e queimei toda a biblioteca de livros mofados pois sentia muito frio.
Continuei até o trago de cachaça babada compartilhada com o andarilho e seus piolhos. Tres horas de espirros, escarros, carros, grunhidos e sustos provocados com a visão que eu provocava. Gargalhei e voltei para casa descansada.
Eu realmente andava muito tensa!

CHUVA MENINO

Os chinelos na chuva, olhavam as poças d'água.
Os pés, um atrás do outro, seguindo o dos outros.
Nenhum rosto se via ali quando a mão do menino atravessou o ar do meu meio, quase parar.
Aberta a vóz, pede um trocado competindo com o som da tempestade.
Nós dois ali, no meio da rua alagada, sem guarda-chuva, sem dinheiro, sem nada.
Dei uma cabeçada na minha reflexão quando rápido, me vi agradecendo ao íntimo por não ter que mentir para ele ao dizer que não tinha tostão.
Como se isso fosse bom para mim ou, se fosse ele, bom para quem... -
Me afoguei no pensamento idiota.
Ainda estou completamente chuvada!

Requisito do esquisito

Voce esquisito é um poeta requisito por um eu e
uma corte de barões vermelhos que soltam pelos poros as palavras suadas
da alma no ringue com audiência lotada.
Levo , um jab, dois e nocaute.
O corpo treinado e exausto se ergue do
chão com o bafo da multidão!
Pipa avoada procurando com o olho rôxo o poeta treinador, inspirador,
agora multiplicado nos urros de cada louco ali.
Pipa avoada, livre até das toadas e a elas destinados,
os barões mutilados sorriem encantados em suas batalhas
por um vermelho sangue cada vez mais vivo.
Sem poesia não há côr
É uma luta incrível!