quarta-feira, março 08, 2006

Cinema Cicatríz

Eu não consigo entender! Sinceramente, eu não consigo entender como alguém pode não gostar
das suas próprias cicatrízes!
Eu adoro todas as minhas cicatrízes! Cada uma mais bonita que a outra. Tem umas pequenininhas, adquiridas em vários episódios diferentes!
Se não fossem elas, quem seria eu? Uma mulher de pele lisa, porcelana chinesa?
Ao contrário!
Prefiro ser uma nativa tatuada, uma Egípcia pintada, uma Africana bordada!!!
Sou uma mulher de marcas, cheia de vida!

Não entendo pra que se esconder tanto!
A cada cicatríz, uma nova história.
A maior delas eu tenho que contar.
Inesquecível: o dia em que o João Roberto me agarrou pelos cabelos,
me levou para o quarto,
me jogou contra a parede e depois de tomar o último gole de whisky,
quebrou a garrafa na minha cabeçaaaa!!!
Foi MARAVILHOSOOOOOOO!!
Eu ali, vendo o sangue vermelhão misturado com o cheiro do whisky.
A bebida descendo pelos meus cabelos...

Cravei meus olhos e fiquei ali paradona, feito morta,
só admirando a cena QUE ERA COMIGO!
É isso aí, minha amiga!
Morra de inveja!
AQUILO TUDO ERA COMIGO! Não era filme não!

E lá fui eu.
João Roberto começou a chorar arrependido me pegando no colo.
As paredes giravam como se eu estivesse num zoommmmmmmm!
Os olhares eram câmeras e eu brilhava, me deliciava como a atríz principal.
Claro que o equipamento da história - João Roberto - não era lá de primeira mas aquilo tudo era um filme de primeira!
John me levou prá "cura - tudo" que mora lá perto de casa; a Clotilde.
Costura que é uma beleza! O corte fica bonito. Faz um desenho assim, que não afeta em nada os penteados! Dá até um caimento diferente, exótico.
No dia seguinte, o João Roberto veio me ver. Um anjo! Queria casar comigo e tudo!
Mas, duas vezes com o mesmo homem, nunca minha amiga!
Por que aí já é vício e viciada eu não sou! Nem viciada, nem casada...Sou toda certa!
Falei pra ele sumir senão daquela vez eu chamava a polícia.
Ele ficou arrasado. Saiu chorando e ainda me mandou flores umas quatro semanas. É sério!
Tá vendo?
Quem seríamos nós sem as nossas marcas,
nossas cicatrízes?
Ame suas cicatrízes! Sem elas você não existe!
Mas tudo bem.
Se a pessoa não assume, tem mil jeitinhos? Um pozinho de arroz, um blush e vai... dá um jeitinho!
Mas não deixe de amar suas cicarízes, não!
Elas são a sua história!
Pode acreditar!

2 Comments:

Anonymous Anônimo said...

belo belo, mari mari.

10:35 AM  
Anonymous Anônimo said...

melhor só com tua performance!ótimo texto! edu pererê

2:50 PM  

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