sábado, dezembro 30, 2006


Vejo,
existe uma imagem que quer saltar.

Me chama em cores mutantes de todas as linhas
que se debruçaram sobre
meu berço, meu sexo,
meu útero
e
minha mente perplexa.

Tá tudo aqui, na caixinha de costura.

Nos tempos SUBWAY FROM ANYWHERE,
sou uma naif bordadeira com linhas não costumeiras.
Só teço o devir.

No silêncio da minha caixa de costura,
mostro aos meus filhos que também são do mundo,
o colorido de tantos cantos e desencantos
nos bordados que fiz
e os convido a tecer comigo
sem temer ferir os dedos finos.

Quantas línguas tentam suturar as mentes shoppings de meus bens!


Todos,
deturpados somos

mas
com tesoura afiada,
eu os acalanto (filhos).
Aguço a cor do olhar, vitral parindo tapetes.

Calar um pouco o vulgar dos ouvidos.

Vamos bordar nossas mentes,
nossos ventres,
quero parir mantos para os dias sem cor de histórias futuras na riqueza
da caixinha de costura.




texto Maristela Trindade
pintor desconhecido

2 Comments:

Blogger Unknown said...

Maris, saudades, penso em ti, este poema é lindo, momento de transição no governo tá foda, é dar tempo ao tempo... beijo dos grandes. R.

8:18 AM  
Anonymous Anônimo said...

Olá Maristela,
Belo poema, a caixinha de costura guarda o devido e o indevido de lembranças e tempos de tempos de tempos... Belo, também sem inocência, tem cheiro, forma e histórias entretecidas.
Lerei mais abaixo.
Desde agora digo obrigada pela leitura de minha coluna no Banga, volte sempre, por que também não publicas algum poema por lá? Às terças-feiras anunciamos os temas da semana e lá está o blog para onde é possível enviar textos-imagens, arte, em suma. Venha conosco!
Aproveito pra deixar o endereço de meu blog, onde adoraria receber tua visita-leitura-comentário.
beijos poéticos,
Palena

2:48 PM  

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