quinta-feira, janeiro 25, 2007

Só larga os sapatos quem sabe andar descalço.




Casca de pé engrossada
na lida do dia a dia pois esse,
não é um país de rima.
É um país de contra-tempos.
A música da boa é sempre
senhora e com pouca
firula, coloca rítmo na cultura
com tapas de sobrevivência,
com tesão na resistência com
unhas crescendo em curva,
em diagonal,
dançando!
Os sapatos pretos dos ternos
são caixões que escondem os
vivos assassinos,
os ladrões,
os
mortos calçados.
Ficarão um dia cansados?
Só debaixo de muitas rosas com
proseco no cangote.
Mas nós,
nós andamos descalços,
casca grossa e pandeiro.

Só larga os sapatos quem sabe andar descalço.