domingo, outubro 08, 2006

Bebendo beats e comendo estrada


bebendo beats
e comendo estrada



Estrada,

o que quero?
Latência!
Dessas danadas que não sofre por nada.
Não ama, não duvida, não enciuma em qualquer parada...
Ser velóz, sem desmaio, sangria desatada
Sem se zangar mais que o momento
no momento exato.
Que não dorme mais do que o sonho,
que não corre pois vem vento,
admirando tufos rolando no deserto e a mágica
natureza esculpida dos Navajos.
Tem tempo para o baton, para os cabelos escorridos,
os chicletes,
o rádio no ouvido, a caneca de vinho ou algo mais
refrescante
e o livro na contra-mão
da sensação rascante.
É Latência.
Motor desligado, vou brincar paixão.
Parque de diversão ziguezagueando até
não ter ar de tanto rir, de tanto gozar a
vida.
Um sorriso tranquilo e "até logo" sem nenhuma pretensão de fornecer
mais gasolina do que o velho e bom Ford precisa
para continuar estrada, desprender memória.
Sem malas,
na estrada, o retrovisor quebrou.


obs: encolhidos por boa escolha no palco de cep, a eletrola verde "cheguei" bebeu Charles Parker. Uma luneta para cada um da audiência, e a gente táva lá! Vivendo o que é franzino e famigeradamente grande! Um beat stop. Guitarras rufaram! Os Beats encantaram!


mari